Porque a gente combinou de tomar café naquela pequena padaria de Piri à qual nunca fomos juntos, mas fomos em outras andanças, separados, e combinamos de antemão que não teríamos dinheiro para comprar outras coisas senão café, porque nos conhecíamos bem e sabíamos que não teríamos. E também sonhamos que você usaria aquela camiseta vermelha de sempre que tinha a malha boa e não acabava nunca, mesmo muitos anos depois, quando nos encontrássemos naquela pequena padaria de Piri, você ainda a teria e a usaria, embora um tanto que desbotada. “A tinta pode até sair, mas essa malha nunca acaba”, você disse.
E a noite desmaiava dentro do meu estômago, a gente ora falava, ora só imaginava a pequena padaria como as coisas de Piri, toda enfeitada de doces caros e a gente rindo do pouco dinheiro que tivesse e mal daria para o café. A gente nunca que mudava, se eu estava mudando, era só de lugar, se você ficava, não era por muito tempo também porque a gente nunca que mudava aquele jeito de se mudar sempre, tal cigano. A gente ria na calçada do estrangeiro como riria em Piri, ria da nossa despedida se misturando com as coisas inventadas que estariam por vir. E o medo desmaiava em meu estômago, e se você perdesse a camiseta? E se não desse jeito de ir?
Por quê? Se a gente combinou de tomar café naquela pequena padaria, anos depois, você esteve ali com outra camiseta e outra garota? Por quê? Só para se vingar de mim? A gente estava certo, não estava? a gente nunca que mudava, nunca que deixava de se mudar, a gente nunca que daria certo assim.
(Mas gosto de imaginar, todos os anos, no dia marcado, que me sento no banco da pequena padaria, peço um café e brindo: à Piri! E você se aproxima, sem um puto no bolso, com uma camiseta vermelho-desbotado e diz: paga um pra mim?)
Gente! Não tenho comentado, mas gostei demais dos posts desse exercício... me inspiraram a escrever uma memória, metade lembrada, metade inventada...
ResponderExcluirBeijos a todos!
Belos textos não é Cassandra!!! E ótimo também que você escreveu, gostei!!!
ResponderExcluirabração.
Nossa adorei esse lance "Desmaiava no meu estomago" uma imagem forte... gostei muito
ResponderExcluirParabens Cassandra seu texto carregado de termos novos e interessantes, ficou delicioso de ler como comer e sonhar com as guloseimas de Piri.Belas memorias.Um abração e paz e luz.
ResponderExcluirSueli parabens mais uma vez pela idéia.
Meu abraço.
Boa semana na paz.
Bju
obrigadaaaaaaaaaaaaaa, Toninhobira. Você sempre muito gentil.
ResponderExcluirAbraços.
Que lindooo...
ResponderExcluirOla convite a você,
Venha conhecer o nosso blog, o clube dos novos autores, fazer parte da construção dessa história de amor e luta, nos unimos, os novos autores para fortalecermos aquilo que a sociedade literária ainda não aceita – o nosso novo talento.,
Siga o blog, você econcorra a livros todos os meses, agora em setembro, serão 16. Quanto mais comentar, mais aumenta suas chances em serem sorteados, pois o sorteio será feito através dos comentários!Divirta-se em nosso chat!
Um abraço.
Oi gente! Só voltei aqui hoje! Obrigada a todos que leram o texto! Faltou a foto de Pirenópolis - eita que eu sempre me esqueço de por imagens:)!! - eu chamei a cidade de Piri e usei a linguagem meio adolescente da época!
ResponderExcluirBeijos a todos!
visitando outros blogs parei aqui..
ResponderExcluirmaneira cativante de colar as palavras, como pedrinhas formando uma linda calçada, por onde pudéssemos passar admirando o desenho..
bjs.Sol