História,
tempo, lugar.
Onde aconteceu? Quando aconteceu? As histórias geralmente apresentam características de tempo e lugar. O que acontece, acontece em algum (s) lugar (es) e durantes algum(s) momento(s). Ao contarmos, as situações se desenrolam em certas circunstâncias de espaço e de tempo: o onde e o quando da história. O modo de acontecer a ação, a representação da personagem, bem como a caracterização do espaço em que se passam as situações, são importantes dimensões descritivas dentro do contexto narrativo. Em alguns casos,, o lugar é imprescindível para a construção da hitória. Por exemplo, nos romances regionalistas. O mesmo ocorre com o tempo;por exemplo, nos romances histórico. Ou as narrativas de introspecção, de sondagem intimista, que contam o mundo interior das personagens. O chamado tempo psicológico, tempo da duração interior dos acontecimentos. Essa temporalidade interior da duração-vivência se diferencia do tempo cronológico, como sabemos, o tempo da natureza, que é marcado pelos relógios- manhã-tarde- noite etc. A diferença entre o tempo cronológico e o psicológico pode ser observada com muita clareza em nossa vida cotidiana quando sentimos que certos momentos se passam com maior ou menor velocidade. Há também o espaço psicológico, o espaço interior, os inumeráveis lugares de nossa vivência, dentro de nós. Assim também as nossas personagens; elas vivenciam um universo subjetivo, que pode ser expresso nas histórias – um mundo interior que contém muitos espaços interiores e muitas durações interiores.
Serenata sintética
Cassiano
Ricardo
Lua morta
Rua torta
Tua porta
Insólito aconteceres
Sueli Aduan
Era
só uma porta, porém, fechada. Não fosse o esquecimento do número, exatidão de
mundo a mim distante, e uma pequena movimentação nos corredores eu diria que
minha figura ali era no mínimo risível. A angústia que seguiu à abertura da
porta, ainda que rápida, povoaram minha mente de recordações da infância, e eu
relembrei meu pai sempre sentado em muros, muretas, corredores; minha mãe
sempre a gritar com o cachorro que, porta aberta, adentrava em busca de um
afago, um carinho. Sempre as portas. Sempre essa busca. Seres frágeis que somos
sedentos de beijos úmidos, palavra e poesia, sussurros noite adentro. Esse
insólito do viver.
Observe a diferença de duração temporal nestes dois textos. No primeiro, o sentimento de abandono, a solidão, a saudade eternizam o andar pela madrugada, sob uma lua morta. No segundo há uma aceleração do tempo, um ritmo de ações que se sucedem tão rapidamente quanto a imagem pressentida por detrás daquela porta... Devaneios, interioridade.
Observe a diferença de duração temporal nestes dois textos. No primeiro, o sentimento de abandono, a solidão, a saudade eternizam o andar pela madrugada, sob uma lua morta. No segundo há uma aceleração do tempo, um ritmo de ações que se sucedem tão rapidamente quanto a imagem pressentida por detrás daquela porta... Devaneios, interioridade.
PROPOSTA
DATA DA POSTAGEM 05/06
DATA DA POSTAGEM 05/06
Crie uma história a partir de uma
das seguintes frases de Carlos Drummond de Andrade
• Perdi o bonde e a
esperança, volto pálido para casa;
• No elevador penso
na roça; na roça penso no elevador;
• Meu coração vai
molemente dentro do táxi.