domingo, 23 de setembro de 2012

Pequenos grãos



Lembro-me
do milharal
na memória
pequenos grãos
verdadeiros sóis
terra de meu pai


Lembro-me
de suas grossas mãos
na terra a cavoucar
de seu doce olhar
verdadeiros sóis
um homem a trabalhar


Lembro-me
da terra seca
do gado magro
da despedida
da partida
sol a nos guiar


segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Iluminai








Imagem Google






Iluminai meus sonhos na noite,
Lua Cheia em visita graciosa,
Livrai-me da saudade de açoite,
Para uma longa noite gloriosa,
 
Iluminai os desejos de minh’alma,
Na bela luz que aclara meu dia.
Perpetuai em cada canto da casa,
Com a divina luz que irradia.

Iluminai os cabelos da amada,
Como da estrela cadente exibida,
Na irradiante face ora dourada,
É como recrio a minha querida.

Iluminai todos meus caminhos,
Coloridos raios com luz incidente.
Extirpai deles todos os espinhos
Para a minha travessia silente.

 Toninho.

Permanecências

Procuro ser simples com os meus medos:
chego de manso como quem serve
água fresca aos amigos
e permaneço.
Se viajo, carrego comigo
valise, netos, cachorro
soltos os cabelos, o sorriso ambíguo
e permaneço.
Se fico,
entro na casa mais próxima
sento em todas as cadeiras
provo do tacho mais doce
e permaneço.
Permanecer é abrir janelas
como quem pinta
manhãs de sol para os filhos
falar do curso dos dias sem temor
do cheiro das mangas
do doce das romãs
saborear cada sílaba em minha boca
_ seu gosto de jasmim.
Faz tempo a concretude da pedra
condenou-me à busca do metro e do ritmo.
Mas a fluidez das horas
mas esse sol vagante sobre as verbenas
mas esse rio...
Só assim penso poder com a ternura
e permanecer em mim.

Rosane Ramos (17/09/2012)


quarta-feira, 5 de setembro de 2012

A linguagem poética

A linguagem poética


“Compreendi que a poesia está nas palavras, se faz com palavras e não com idéias e sentimentos, muito embora, bem entendido, seja pela força do sentimento ou pela tensão do espírito que acodem ao poeta as combinações de palavras onde há carga de poesia”.
Manuel Bandeira, ‘Itinerário de Pasárgada, in Poesia completa e prosa, p.40.


“O poema é transitivo. Precisa do outro. Dos outros. O ato de ler criadoramente é insubstituível. Ler é realmente reescrever. Leitura é co-criação: desvenda dimensões do texto, descobre relações, realiza possibilidades. Os olhos do leitor fazem novos caminhos com o poema. Travessias que não se repetem. E que, muitas vezes, não estavam previstas pelo poeta. Assim, a leitura é também invenção”. Roland Barthes


Crie você também uma poesia com base numa palavra que adquira no seu texto um sentido sugestivo.

Para isso, pense primeiro na emoção que você pretende comunicar: dor, saudade, amor, carinho, sonho, frustração, desilusão, medo, alegria, etc.. A seguir, procure encontrar uma palavra - chave que possa sugerir essa emoção.


Cultura Votorantim- 01/08 - OFICINA DE LITERATURA -         Sueli Aduan

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Aos meus queridos:


Como dizia, brilhantemente, o Haroldo de Campos, "fazer poesia não é um meio de vida, mas um modo de vida".