sábado, 30 de outubro de 2010

Verdadeiros sóis


Lembro-me
do milharal
na memória
pequenos grãos
verdadeiros sóis
terra de meu pai


Lembro-me
de suas grossas mãos
na terra a cavoucar
de seu doce olhar
verdadeiros sóis
um homem a trabalhar


Lembro-me
da terra seca
do gado magro
da despedida
da partida
sol a nos guiar

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Para sempre, amor!


HOJE
Na plenitude do amor,
Viverei cada minuto, cada instante perto de você!

HOJE
Como nunca,
Beijarei intensamente teus lábios, tão doces quanto favos de mel!

Com vigor,
HOJE, acariciarei tua pele veludosa
E direi, como se da última vez, o quanto lhe amo.

Ao teu lado, HOJE
Sentirei a paixão arder feito chama
Que nos aquece e protege da brisa fria ao entardecer.

E HOJE, ao Senhor
Pedirei em prece
Que da noite se suceda uma aurora reluzente

Para que assim
Eu possa, AMANHÃ
Estar novamente ao teu lado e ser eternamente feliz!
Santiago Ribeiro

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Vê?



Vê?
...
Como o tempo mudou...
Vê?
...

Ontem a Terra parou...


...


Por um tempo eu pensei:
a minha hora chegou.
E muitos pensaram da mesma maneira
não fui só eu que me surpreendi
ainda que eu seja um tanto egoísta
naquele momento me dei por vencido
chorei como todos, arrependido.
Mas não haviam lágrimas que bastassem
fissão nuclear, correr ou ficar
dá no mesmo.




terça-feira, 26 de outubro de 2010

Quem dera


Quem dera...
A juventude não tivesse se esvaído.
Não tivesse escapado pelos vãos de seus dedos.
Quem dera não tivesse...

E quem dera?
Escorregando em seu peito
desembocar num mar de lembranças.
Desbotadas.

Quem dera fosse pecado.
Quem dera fosse crime.
Não seria assim tão prisioneiro.

Quem dera...
Pudesse ter minhas culpas.
Maldizer seu nome.
Mandingas.
Maledicencias.

Quem dera.

Quem dera o retrocesso
Quem dera a dor fosse finda.
Quem dera não hovesse fantasmas.
Quem dera o perdão.
Quem dera recolher as palavras.
Quem dera aguardar sua vinda.
Quem dera o fundo do poço não fosse eterna morada.
Quem dera.
Quem dera.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

A linguagem poética

“Os poemas são encontros, caminhos de uma voz para um tu - receptor, caminhos criaturais, talvez esboços de modos de ser, um projetar-se avante para si mesmo, e em busca de si mesmo. Uma espécie de retorno ao lar. O poema quer ir para um outro, precisa deste outro, precisa de outrem. Procura-o, promete-o para si”.
Paul Celan

“O poema é transitivo. Precisa do outro. Dos outros. O ato de ler criadoramente é insubstituível. Ler é realmente reescrever. Leitura é co-criação: desvenda dimensões do texto, descobre relações, realiza possibilidades. Os olhos do leitor fazem novos caminhos com o poema. Travessias que não se repetem. E que, muitas vezes, não estavam previstas pelo poeta. Assim, a leitura é também invenção”.
Roland Barthes

Observe, como isso acontece na poesia de Cecília MeirelesAQUI,

( A expressão "no último andar” lugar distante da realidade, ou seja, sentido sugestivo da palavra)


DATA DA POSTAGEM- 25/10/2010

PROPOSTA


Crie você também uma poesia com base numa palavra que adquira no seu texto um sentido sugestivo.

Para isso,  pense primeiro na emoção que você pretende comunicar: dor, saudade, amor, carinho, sonho, frustração, desilução, medo, alegria,etc.. A seguir, procure encontrar uma palavra - chave que possa sugerir essa emoção.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

É um alento

 Quando voltava para o seu apartamento , aqui , e só restou cantar Give Peace


Negros, mulatos, brancos.

chinês, japonês, norueguês.

Filhos do morro, do Capão, do Brás.

Filhos de Xangai, Quioto, Leirvik.

Filhos do mundo.

Punk, funk, rock

Harmonia, dança do corpo.

Mas corpo sem vida cai.

À bala, o choro, o silêncio.

Garoto inquieto,

tua música trago no peito.

É um grito.

É um alento.