Três da manhã... o detetive foi acordado pelo celular que insistia em tocar, era seu superior avisando de um novo caso.
Dor de cabeça! bebi demais outra vez, pensou o detetive... onde estive? como parei na minha cama? estou cheirando mal... mas vou trabalhar assim mesmo... o caso vem antes de meus problemas pessoais, o divórcio foi por isso!
Chega ao local do crime, o endereço é conhecido... uma velha amiga mora ali, foi quando deparou-se com ela semi-nua, suja de sangue...cena horrível, saiu da casa e vomitou.
Recomponha-se! disse-lhe o parceiro, e inciaram as entrevistas das possíveis testemunhas.
Ninguém havia visto nada, além do detetive qua jantara com a amiga!
Jantei com ela? não me lembro, será que eu fiz isso???? por favor não?? eu... Deus do céu, o que está havendo??? não sei nem como cheguei em casa, lembro de ter saído do trabalho e... nada mais!
Calma e vamos analisar melhor as provas, disse o velho parceiro.. confiava que o amigo não havia feito aquilo... imagine, nem pensar!
Apenas era suspeito por ter sido visto com a vítima. Mas estava suspenso do caso.
Provas analisadas e nada de novo, apenas constatavam a presença do detetive na casa da amiga.
Coisas estranhas etavam acontecendo... memórias falhas, sonhos nítidos de noites no frio e acordava de ressaca, sujo e sem saber o que havia acontecido antes.
Estou louco! ando saindo por aí sem saber... preciso de ajuda.
O velho parceiro sempre estava por perto, amigo de todas as horas, mantendo-o informado sobre o caso, mas nada de novo, tudo o colocava na casa da amiga, sangue, digitais...
Ele então resolveu investigar sozinho, sem nem mesmo o parceiro saber... filmava todo o seu dia para ter certeza de que não enlouquecera, fez o que lembrava ter feito.
Foi então que percebeu que o amigo também esteve na casa da vítima, eram amantes e não lhe contaram!
Cafageste! pensou, a esposa esperando em casa e ele por aí.
Grande traição... ele fora drogado pelo amigo todos os dias sem saber... esta na água, na bebida do bar, sempre que o amigo estava por perto ele passava mal e acordava sem memória.
Deixou-se levar pela raiva e matou o amigo, quando tornou a si, no desespero de saber o que fez, matou-se também, sem saber que ele era o real assassino da amiga, as drogas do amigo eram remédios calmantes, que infelizmente não faziam mais efeito, a loucura do detetive era real.
Foi à casa da amiga e violentou-a, o amigo apenas o tirou de lá levou-o para casa, na esperança de aparecer um outro suspeito, não era amante da vítima, nem a conhecia.
Morreu sem saber quem era... melhor assim pensou o chefe e todos da divisão, a ignorãncia é uma benção... quem sabe o perdão divino venha mais rápido assim!
Esteja em paz na sua loucura, e que o amigo saiba de lá onde esteja, entender o outro... era apenas louco, e nada mais!
Carina.
segunda-feira, 30 de julho de 2012
sábado, 28 de julho de 2012
Verde como o mar
Tirem
as algemas. Quer água? Não. Tem certeza? Certo, vamos ver se eu entendi direito,
Sr. Adalberto. O senhor disse que estava parado uns tempos na casa de sua
amiga. Como é mesmo o nome dela? Conceição. Ah, é isso. Conceição. Tereza era
sua esposa, correto? Respiração descompassada, mãos trêmulas, Adalberto, olhou
firmemente para o delegado e disse: — Faz muito, muito tempo mesmo que não vejo
a Tereza, estávamos morando em casa separada. Sr. Adalberto não estou perguntando
nada. Claro, claro, só estou querendo colaborar. Vamos por parte, então, o senhor
estava na casa da sua amiga militante política com um plano para sequestrar o
presidente em sua visita ao Rio, correto? Sim. Pelo amor de Deus, homem. Como posso acreditar
numa loucura dessas. Por que não confessa que assassinou sua mulher, que ela o
traía que perdeu a cabeça. Essas coisas acontecem, sabe. Por que o senhor
correu quando avistou a polícia? Não
corri da polícia, é que quis alcançar Conceição. Ela estava fugindo do senhor.
O que houve? Desentenderam-se? São amantes. Ela é bonitinha?
Por
favor, delegado, vamos com calma. Calma?
O quê? Já cansei dessa sua lenga-lenga. Guardas algemem o homem. Adalberto
acordou com dores nas costas, noite mal dormida e que sonho terrível. Tereza
ensanguentada, um cachorro lambia-lhe os lábios. Melhor confessar tudo. Não
estou suportando. Não. Não posso confessar. É preciso manter a serenidade. Guarda,
preciso de ajuda não consigo levantar-me. O senhor pensa que todo mundo aqui é idiota,
e? Não, claro que não, só preciso ficar
em pé. É uma jogada sua. Mas é óbvio que
não. Sou um cidadão, não um marginal. Por
que o sujeito aí pensa que é melhor que os outros, é? O que você sabe da minha vida? Sabemos tudo
doutorzinho de merda. O delegado teve uma conversinha com sua mãe. O quê? É, e nem precisou intimação não, foi só um
telefonema e ela veio rapidinho. Lindos olhos os dela. Verde como o mar. E como
fala bonito.
O
senhor é mesmo nervosinho desde criança, e pelo jeito chegado numa malvadeza,
ver bicho morrer, cheirar sangue. Alguma tara doutor? Vá à merda. Solta, solta meu pescoço, tenho
meus direitos, senhor policial. Então porque o sujeito aí não desembucha, quem
sabe eu entenda. Não tenho nada a falar com o senhor. Azar o seu, vai apodrecer
nesta cela. Por um momento Adalberto pensou que seria melhor sim confessar. Chamar
o delegado explicar direitinho o que realmente aconteceu, talvez ele
compreendesse, era um homem. E Tereza deixava qualquer um louco. Falar de suas
tardes de angústia, enquanto Tereza retocava o batom, suas pernas levemente
bronzeadas, os cabelos molhados, a imagem do amante. Eles juntos. Não, no fundo
sabia-se um fraco, um conservador, arraigado a velhos costumes, velhas ideias.
O jeito era negar, negar, não fora ele e pronto. Limpou tudo antes de sair, a
mesa, a garrafa de vinho, as taças, admirava sua organização, seu jeito
excessivamente detalhista. Só não mexeu mesmo no corpo estendido no meio da
sala, o punhal encravado no ventre, a poça de sangue que se formou, e o último
olhar de Tereza. Por que será que aquele olhar, feito o da mãe, incomodava-lhe
tanto. Ainda hoje, passado tanto tempo, sentado em frente ao mar, relembra cada
detalhe. Tereza, a amiga Ceição, a mãe, os bichos, a infância, as noites na
prisão. Solidão e tristeza, mas nada se compara ao azul daquele olhar ou seria
verde como o mar.
sexta-feira, 27 de julho de 2012
Crime na escuridão.
Foto Google.
Uma
noite chuvosa com raios e trovões na cidade de pedra. A presença de minerais
faz com que os raios sejam intensos. Coisa de dar medo com a sequencia de
trovoadas vibrando as janelas das casas. Rua deserta com enxurrada parecendo
rio. Por um momento a cidade ficou numa escuridão, após um raio riscar o céu
descendo á terra. Com o apagão os sons da natureza se fizeram perceptíveis.
Ouvia-se com nitidez o som das águas sobre objetos no quintal. Em meio à fúria
da natureza, ouviu-se um grito vindo do fim da rua. Naturalmente devia ser
alguém a correr e procurando se esconder da chuva, que não cessava.
Finda
a chuva e retorno da energia elétrica, a vizinhança logo procurou empurrar as
águas, que acumularam nos alpendres das casas, que eram curtos e com
parapeitos, onde as crianças e mesmo adultos gostavam de sentar para conversar.
Neste instante alguém gritou, sobre a presença de um morto próximo à garagem da
ultima casa. Foi correria geral, mas não gente conhecida. O sangue e água se misturavam,
pela calçada. Uma vizinha cobriu o corpo com um lençol. Podia se ver
perfurações de balas de arma de fogo. Todos estranharam não ouvir o tiroteio,
pois se notava pelo sangue, que era coisa bem recente.
Junto
ao cadáver, uma tampa das baterias de controle remoto e duas baterias pequenas,
além das capsulas de calibre 32 foi, que foram recolhidas pela policia técnica.
Os moradores em depoimentos negaram ouvir sons de arma de fogo alegando a
ocorrência de fortes trovões naquela noite e a falta de energia.
Pelas
perfurações excluía a hipótese de queima de arquivo com execução, pois as balas
atingidas ao corpo, não foram direcionadas à cabeça. Não poderia ser assalto,
pois a pericia encontrou relógio no pulso e carteira com algum dinheiro e um
celular no bolso do defunto. Então diante das evidencias, direciona-se a
investigação para roubo, perseguição e morte do ladrão. A polícia com as
evidencias e material colhido, estava convicta, que o criminoso era da rua,
vitima de assalto à residência durante o apagão, viu o assaltante e o
perseguiu, recuperando algum aparelho, mas ficando para trás o controle remoto.
Sigilosamente
a policia conseguiu o mandato de busca nas casas próximas. Assim nas incursões
em uma delas observou que o aparelho de
DVD estava com o controle remoto sem tampa e sem baterias. Diante da coincidência,
fizeram uma busca no quintal daquela casa e encontrou no meio da bananeira, o
revolver calibre 32 com três balas deflagradas.
Toninho.
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Um belo fim de semana a todos os amigos e leitores.
Exercicio: criar um conto policial (criminoso, acontecido e causas)
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Grato sempe Sueli por estimular a criação.
quarta-feira, 25 de julho de 2012
terça-feira, 10 de julho de 2012
CONTO POLICIAL: “O gosto pelo enigma”
O
gênero policial se compõe basicamente de um crime e um detetive. Diferente do
Terror, o Policial aposta no mistério e na lógica para prender a atenção do
leitor. Seus personagens principais são sempre (criminosos e policiais) dotados
de uma inteligência ímpar e o duelo desses gênios costuma ser o ponto alto do
gênero. Autores do gênero Policial: Arthur Conan Doyle,
Dashiell Hammett, Raymond Chandler, Luiz Lopes Coelho...
A morte de Maria
Pia
Denúncia sem palavras
Encontraram o corpo na estufa, cercado de
begônias, avencas e samambaias. Estendido de costas, com uma tesoura de jardim
enterrada no ventre. Agonizante, Maria Pia arrancara do peito uma cruz de
ametista: ainda a segurava, apoiada no solo, com a haste maior para cima. Paralisara-se
a outra mão no cabo da tesoura, na vã tentativa de arrancá-la. O corpo
atravancava a única passagem da estufa, dividida por ela, cheias de vasos e
xaxins, no chão e em prateleiras. Os pés voltados para a entrada. Não havia
sinais de luta nem de violência carnal. Ao seu lado, cinzas de cigarro. Inelutável
o raciocínio do velho Leite: se essa moça, depois do malogro do noivado, levou
vida de freira, como está comprovado, o seu assassinato deve ser procurado na
fase pregressa quando vivia normalmente com a família, na escola, entre os
amigos.
Excluía a hipótese de
ser um desconhecido ou tarado o autor do crime. Quando Maria Pia entrou na
estufa, lá não havia ninguém, e a pessoa chegada depois era de suas relações,
necessariamente. Explicava por quê. Primeiro, a disposição das plantas não
permite um esconderijo. Segundo, se Maria Pia topasse com um desconhecido, não
entraria na estufa. Terceiro: estava o corpo de costas, ocupando toda a largura
da passagem, e os pés voltados para a porta. Maria Pia encontrava-se, portanto,
de frente para a entrada da estufa, quando foi atacada; logo, já se achava na
estufa, quando o assassino chegou. Quarto: correspondendo as cinzas encontradas
a dois cigarros – e Maria Pia não fumava – depreende-se ter havido uma conversa
mais ou menos longa entre a moça e o visitante. Por fim, Maria Pia conhecia o
assassino, e o assassino deve ser procurado entre as pessoas de suas relações
no tempo pré-monástico.
Luiz
Lopes Coelho
Luiz Lopes Coelho (1911-1975) escritor- literatura
policial. O Homem Que Matava Quadros- A
Ideia de matar tia Belina- entre outros.
PROPOSTA
DATA DA POSTAGEM 26/07
Escreva uma narrativa coerente, criativa, com base nos seguintes dados:
O(s) criminoso(s); como
o crime se deu; as causas.
segunda-feira, 2 de julho de 2012
Conquistas
Anne estava se arrumando para votar pela primeira vez!
Quanta felicidade...uma bela conquista, o sufrágio finalmente havia dado resultados após tantas lutas feministas, afinal, não eram mais apenas belos enfeites que os homens ostentavam por aí, agora votavam e tinham voz.
Olhava-se no espelho com ar de vitória, e pensava quantas mais conquistas iriam aalcançar, esperava que sua filha um dia iria à universidade, teria o futuro que escolhece, sem casamentos arranjados, ou de conveniência.
Estava feliz, sabia qual seria seu candidato, lera muito sobre ele e estava certa em quem votar, tinha opiniões políticas fortes, que agora sim, foi lhe dado o direito de expressá-las e não deixaria isso passar, sempre discutiria o que quer que fosse com seu marido, filha, amigos da família, enfim... aproveitaria a voz conquistada!
Como era bom votar, mostrar opinião... porém sentia-se triste por suas amigas que não chegaram a ver a luta ganha, foram mortas nas ruas simplesmente por quererem votar, serem ciadadãs ativas de sua cidade, de seu país, pometeu rezar por elas e agradecê-las todos os dis pela coragem, pela vitória, enfim, por serem mulheres!
Carina.
Quanta felicidade...uma bela conquista, o sufrágio finalmente havia dado resultados após tantas lutas feministas, afinal, não eram mais apenas belos enfeites que os homens ostentavam por aí, agora votavam e tinham voz.
Olhava-se no espelho com ar de vitória, e pensava quantas mais conquistas iriam aalcançar, esperava que sua filha um dia iria à universidade, teria o futuro que escolhece, sem casamentos arranjados, ou de conveniência.
Estava feliz, sabia qual seria seu candidato, lera muito sobre ele e estava certa em quem votar, tinha opiniões políticas fortes, que agora sim, foi lhe dado o direito de expressá-las e não deixaria isso passar, sempre discutiria o que quer que fosse com seu marido, filha, amigos da família, enfim... aproveitaria a voz conquistada!
Como era bom votar, mostrar opinião... porém sentia-se triste por suas amigas que não chegaram a ver a luta ganha, foram mortas nas ruas simplesmente por quererem votar, serem ciadadãs ativas de sua cidade, de seu país, pometeu rezar por elas e agradecê-las todos os dis pela coragem, pela vitória, enfim, por serem mulheres!
Carina.
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