sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Processo criativo literário

Antes de mais nada, gostaria de agradecer ao carinho da Sueli pelo convite e oportunidade de pertencer a este belo grupo de literatas.

Penso que é fundamental que um escritor saiba dar contornos às suas inspirações para que possa conduzir de forma coerente, até o leitor, aquilo que deseja expressar, seja por meio de longas narrativas novelísticas ou somente na beleza de curtos e contundentes poemas. Nem sempre as inspirações são transformadas em ótimos trabalhos literários, isso, em minha opinião, depende não somente da capacidade do autor em si, mas, também, de seu momento emocional.

Comigo, a inspiração ocorre basicamente de forma espontânea, mas já aprendi a estimular meu interior para que ela venha à tona quando preciso, em uma espécie de evocação de informações que se combinam a sentimentos muitas vezes armazenados em locais de difícil acesso de minha alma. A partir daí, a mente fervilha de ideias que precisam fluir e são jorradas com a força de uma represa que acaba de ruir, inundando, seja o papel, seja o gravador eletrônico, com todas aquelas frases, palavras e descrições de imagens que vão se atropelando à medida que são formadas dentro da cabeça.

Uma vez que tudo esteja diante de mim, para que eu possa “trabalhar” a argamassa da escultura, combinar as tintas da pintura, começo a lapidar meu carvão literário em forma de textos até transformá-lo em um diamante.

Daí para frente ainda entram outros processos: revisão, análise crítica, enfim, até chegar ao final, mas a essência da transformação ocorre mesmo é nos primeiros momentos após a inspiração, e não durante a própria.

No que toca aos romances longos, uso uma metodologia de construção que sempre me pareceu confortável, que é a de “montar o esqueleto” da obra que pretendo propor. Entro no processo criativo e vou imaginando os momentos fortes da narrativa, praticamente separando-os como tópicos de cada capítulo, até que eu tenha toda uma linha-base, digamos assim, do livro que surgirá. É claro, e já pude comprovar isso em todos os livros que escrevi, que de forma alguma esse esqueleto se transforma em minúsculos grilhões que me aprisionem à ideia inicial, porque é natural que as histórias evoluam, ganhem vida e implorem por mudanças que são rapidamente inseridas e então o esqueleto é ajustado.

Atualmente, não imagino outra forma de trabalhar os romances longos. Sinto-me tão seguro com essa metodologia que, no primeiro volume da série Horizontes, cheguei a escrever os dois capítulos finais do livro antes mesmo de escrever seu prólogo. Depois segui o esqueleto, claro, com um ajuste aqui e outro ali, fazendo o encaixe necessário quando cheguei aos últimos capítulos.

Saudações literárias!

4 comentários:

  1. Seja bem vindo, Roberto! É uma honra tê-lo conosco. Perfeita sua metodologia de trabalho.

    ..."Penso que é fundamental que um escritor saiba dar contornos às suas inspirações para que possa conduzir..." Concordo plenamente.

    Parabéns.
    E o nosso presente?(rs),verifique a 2ª proposta.

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  2. Seu blog é muito bom e interessante ..... parabéns!

    Demi,

    http://www.perrifamilia.blogspot.com/

    desculpa os erros de uso da internet tradutor

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  3. Demi lu,

    Esse pessoal é mesmo encantador,tive o privilégio de reunir um grupo excelente de escritores, aqui, carinhosamente chamados de escrevinhadores.
    muito obrigada.

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