segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Fim do mundo



Um homem atravessava a rua. Movido pelo impulso primitivo de chegar. Foi tomado de pânico quando o encarregado de sua sessão se dirigiu a ele aflito "Na sua casa Homem..." deixou tudo, cego...

Já na rua nem mesmo o som dos pneus gritando no asfalto o tiraram de seu devaneio torpe, instintivamente um andar bêbado, trôpego.

O centro da cidade, as ruas em mão dupla e os carros que não davam trégua não indimidavam. Pobre cavaleiro e seus moinhos de vento.

A ausencia de um abrisa empapavam sua camisa em suor, apertava os olhos ao reflexo do sol impiedoso sob as paredes brancas das casas. Buzinas, pneus e caos, um turbilhão de burburinhos rondando sua mente. O sol castigava-o menos que as correntes que apertavam seu peito.

Andava a esmo e a avenida parecia não ter fim, longa, muito longa. Pessoas serpenteavam a sua frente impedindo assim o seu avanço. Atravessou a avenida sem olhar. As árvores nas calçadas não projetavam sombras e o caminha ficava cada vez mais longo e difícil, árido.

Já conseguia divisar lá em cima a esquina que seria a última para que no meio da rua estivesse a casinha com as paredes amarelas um pequeno jardim que morava desde que se casara com ela.

O sol começava a dar uma trégua mas grandes nunvens castanhas tomavam espaço no céu, na rua em frente a sua casa estava tomada de pessoas, curiosos, carro da polícia, ambulância, disputou espaço com aquelas pessoas a tapa. Abriu espaço e correu para a porta, não conseguia ver nada anormal na pequena sala caiada, parcamente mobiliada. Os policiais tentaram o demover acreditando ser mais um curioso, porém, seriam necessário um batalhão para que ele não entrasse no quarto do casal.

Ali na cama, abatida, ofegante, banhada em suor e sangue, estava ela, com um sorriso satisfeito no rosto e o seio alimentando o pequeno menino que acabara de chegar.

5 comentários:

  1. Por vezes somos traídos pelo que supomos conseguir antecipar.
    Cadinho RoCo

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  2. Surpreendente o final!
    Final "inesperado" ,um dos melhores,não é Kátia?
    Bela imagem!

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  3. Somos traidos mesmo! Podemos até antecipar algo...mas, o bom mesmo é quando o fim nos surpreende...
    `
    Parabéns Katia!!! surpreendente!!

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  4. Hoje feriado nas Alterosas, li todos com tempo. Kátia, é mesmo um barato a gente ver como cada pessoa vai por um caminho totalmente diferente diante de uma folha em branco. Meu personagem atravessa pra encontrar a morte, o seu pra encontrar a vida. E o melhor, até o final, não esperava nunquinha que ele fosse ao encontro de tão grata chegada. Achei muito bom te ler. Depois vou visitá-la lá no seu cantinho. Beijo meu

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  5. Surprendeu. Imaginei mil coisas no andar da leitura e não era nada do que pensei...

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