quinta-feira, 28 de junho de 2012

O que fazer?











Priscila é formada na área da Ciência da Computação numa renomada universidade de São Paulo. Ela participou de um concurso altamente concorrido de uma multinacional. Ela havia estudado intensamente relegando a segundos planos todos seus momentos de lazer inclusive o namorado às vezes não comparecia à sua casa. Quando saiu o resultado, divulgado na maioria dos jornais país, ela foi avisada via celular, pelo noivo em euforia, pois fora classificada em primeiro lugar. Em casa uma festa geral entre abraços e beijos e até uma garrafa de Champanhe foi aberta para aquele momento de muita alegria.

No dia seguinte ela compareceu ao escritório da empresa para os procedimentos de admissão. Recebida com muitos parabéns e desejos de sucessos, ela fora informada, que os primeiros colocados em numero de cinco, seriam admitidos para a nova sede nos Emirados Árabes Unidos, onde iniciaria o processo de expansão na península. Priscila sente um frio na costela e o chão se abrir a sua frente, pois lhe veio lembranças da alegria do noivo e família, mas disfarçou e ouviu atentamente a palestra de um dos diretores, sobre os planos e missão da empresa nesta investida naquela península. 

Ao retornar para sua casa encontra toda família reunida e curiosa, inclusive seu noivo estava presente, vindo do seu trabalho. Em breves relatos ela fala da recepção, mas nota-se uma inquietação em seu semblante, quando ela se retira para seu quarto alegando que tomaria um banho antes da refeição especial para aquela noite regada a vinhos. Ao entrar no quarto se joga na cama e chora copiosamente e busca forças, para informar a família e namorado de seu destino na empresa. Vai para o banho e deixa que a água lave suas angustias e ali fica uma eternidade, sente todas as angustias de uma tomada de decisão.

De volta ao quarto mira-se no espelho e ali ficou como assistir um filme em câmera lenta, onde reprisa toda a alegria da família e noivo, ao tempo que ecoa em seus ouvidos a informação do local do trabalho, sente um vazio, pensa no que fazer como fazer para decidir na manha seguinte se inicia os exames adicionais ou desiste de tudo em nome da família e do amor. Desesperada questiona ao espelho e sem respostas vê a lagrima voltar a rolar pela face, sente-se só, quando alguém bate na porta lhe apressando para retornar à sala onde todos esperam. Mais uma vez olha no espelho, dá um toque nos cabelos, retoca a maquiagem, respira fundo com um leve sorriso para o espelho e decididamente abre a porta.

Toninho.
26/06/2012.

9 comentários:

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    1. Grato Luna incentivo vindo de voce é sempre uma benção.
      Abraços.
      Beijo.

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  2. Olá Toninho!
    Como sempre seus contos são uma viagem!

    Carina.

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    1. Grato Carina,voce sempre presente a estimular.Aguardamos voce.
      Meu carinhoso abraço.

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  3. "...mira-se no espelho e ali ficou como assistir um filme em câmera lenta...,".

    Belíssimo conto,Toninhobira.
    E a Carina foi muito feliz no comentário:Uma viagem,como sempre.
    E poética,questionadora,instigante.
    Sabe aquela leitura que quando acabamos dá vontade de ler novamente e novamente..
    Foi o que fiz.
    grataaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa.
    bjus

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    1. Muito obrigado Sueli,muito ainda por caminhar,falta-me sintese.
      Mas como voce vou aprendendo sempre.
      CArinhoso abraço amiga.
      Bjo.

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  4. toninho,
    Tudo o que tu escreves é bem feito e bonito de ler.Este conto é uma delícia!
    Bom final de semana.
    Abração.

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  5. Concordo com o Tunin, Toninhobira.
    E síntese também é uma "maneira" interessante.
    bjus
    Aprendemos todos juntos..como diria o grande. Paulo

    bjus Freire

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