segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Máscaras e loucura.... um texto de Kalil Gibran

Lembrei-me deste texto Su e pensei em postá-lo aqui, sua proposta me lembrou muito esta passagem de Gibran. Só achei o vídeo em espanhol, abaixo uma tradução livre que já tinha aqui do texto em inglês.



O Louco ( Kalil Gibran) - tradução livre
Perguntais-me como me tornei louco. Aconteceu assim:
Um dia, muito tempo antes de muitos deuses terem nascido, despertei de um sono profundo e notei que todas as minhas máscaras tinham sido roubadas – as sete máscaras que eu havia
confeccionado e usado em sete vidas – e corri sem máscara pelas ruas cheias de gente gritando: “Ladrões, ladrões, malditos ladrões!”
Homens e mulheres riram de mim e alguns correram para casa, com medo de mim.
E quando cheguei à praça do mercado, um garoto trepado no telhado de uma casa gritou: “É um louco!” Olhei para cima, para vê-lo. O sol beijou pela primeira vez minha face nua.
Pela primeira vez, o sol beijava minha face nua, e minha alma inflamou-se de amor pelo sol, e não desejei mais minhas máscaras. E, como num transe, gritei:
“Benditos, benditos os ladrões que roubaram minhas máscaras!”
Assim me tornei louco.
E encontrei tanto liberdade como segurança em minha loucura: a liberdade da solidão e a segurança de não ser compreendido, pois aquele que nos compreende, este nos escraviza.

3 comentários:

  1. Fêz muito bem em postar,Verôca. Líndissimo!!!

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  2. Nossa, eu babei neste txt!
    Muito profundo, muito lindo!
    Abraços.

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  3. Essa Verôca é danada, Dana.(rs), nos presenteia com essa maravilha.Verdadeiramente Profundo!
    abraços

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