terça-feira, 10 de agosto de 2010

Uma ópera


Eu poderia tecer longos comentários sobre sua figura, a começar pelo seu porte perfeito, músculos definidos e belos, andar altivo, passos firmes sobre a rua pedregosa. Depois, lentamente, me deleitar observando a textura da sua pele, ou ainda rir das suas mãos soltas a tremer de frio, naquela tarde de julho. Poderia falar sem nenhuma dificuldade do seu olhar límpido e sereno a transmitir uma infinita ternura, e do perfume que exalava de seus cabelos caídos sobre os ombros.
Da sua alegria ao escutar as maritacas naquele fim de tarde, ou ainda do seu sorriso largo ao olhar no céu o barrilete, que o menino alegremente empinava. Essas e outras tantas coisas poderia eu falar, mas nenhuma palavra, nenhum verso, nenhuma poesia seriam suficientes para descrever tua figura infinitamente amada. 
E se eu tivesse o dom da musica, tua figura serviria tão somente de ponto de partida. E se eu me dispusesse a cantar, tua figura seria uma ópera a preencher a minha vida.


 
 

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