segunda-feira, 27 de dezembro de 2010
Uma conversa puxa outra... Uma idéia. ...
terça-feira, 21 de dezembro de 2010
Linha tênue.

A equipe passa rápido, logo em seguida, alguém empurra a maca. Sentada ali na sala de espera. Nem sabe ao certo a espera do que. Lembrou-se do passado. De quando em frente ao espelho "maquiava-se". Da vida agitada e entediante. Da vida agitada e interessante. Apenas um vacilar, um vacilar e tudo estava por um fio. A vida e a morte estavam ali face a face. E ela sentada a espera de algo. Três horas da madrugada foi o momento em que entrou por aquela porta. Um pouco embriagada acreditava. Bastante embriagada reconhecia. Extremamente embriagada admitiu!!! Na maca o tecido branco tornou-se vermelho. Cadê a equipe que não traz noticia? Lembrou-se do dia seguinte. O jornal estamparia na primeira capa: Acidente trágico. Vítima fatal! Vitima e fatal! Dois bons motes para se virar matéria de jornal. Bobagem, no jornal a escrita dela não teria espaço. Espaço no jornal só mesmo se a noticia for de morte. E ninguém vem lhe trazer a noticia que espera... Morreu, não morreu, ainda existe? Ainda existe, nessa sala, uma coisa que ronda os seus pensamentos. Como pôde ter feito aquilo? Essas roupas brancas levam-na a pensar coisas obscuras. Sim, ela sabe que é paradoxal. Mas, essas roupas brancas (nem tão brancas assim), visto que viu umas enfermeiras com umas camisetinhas bem amareladas. Teve vontade de dizer para “botar” de molho na cândida. Mas veja se são horas para se pensar nesse assunto? Veja se são horas para se pensar nas escritas dos jornais? Veja se são horas para se pensar em alguma coisa? Sentia-se lúcida. Ao mesmo tempo bêbada, pois só conseguia proferir pensamentos incompletos. As ideias dançavam e cintilavam em seu cérebro... uma euforia atraente.
Sete da manhã ainda a espera. Um café bem preto, bem forte, vai bem! Esse preto do café confunde ainda mais suas ideias. - Mais um café. - Tem com rum ou com vodka?
- Não . Isso aqui é um hospital!
12h. Tocam as badaladas. E ela aqui desde a ultima balada. Lá vem o medico.
- e aí Dr?
- Dr...? Tem certeza? Largue o café. Você precisa mesmo é de uma boa dose de glicose e na veia! Ao sair da sala sentiu que a espera...Essa espera...Esse local...Esse branco...O preto...As cores..Os pensamentos... O estresse...A embriaguez...Tudo isso acabaria em breve. Apenas uma dose de glicose e tudo isso ia para o espaço. Correu...Fugiu...Gritou... Xingou... Jogou a xícara no chão!
.................................
Só souberam dela pela foto estampada no jornal. O título dizia: - Mulher descontrolada e embriagada faz escândalo!!!
Ao ler a noticia, riu. Riu escandalosamente. Imaginou como seria se eles soubessem que ela não tomava nunca em hipótese alguma, bebida alcoólica? Continuou a admirar sua foto.
sexta-feira, 17 de dezembro de 2010
A queda diante da lei

Fui então conduzido à delegacia, para o registro da ocorrência. Entre pequenos furtos, uma briga de ex-casados, um adolescente e a diretora de sua escola, um patrão agredido pelo estágiário, entre tudo isso ouvi "terá de aguardar o escrivão". Eu ri, mas conservei a face séria. Assumindo a inexatidão da minha perícia ao dirigir meu popular (vê-se que mentir é escrever) não tive outra solução: cruzei as pernas, rememorei Bessie Smith e esperei. Passavam pernas fardadas, pernas enfaixadas, pernas com passos titubeantes -- talvez de algum algemado --, pernas bonitas, magras, gordas, brancas pretas amarelas. Meu coração não perguntou nada: "Nobody wants me round their door", cantava a rouca voz daquela negra e eu simplesmente acompanhava com o pé.
Perdi a noção de tempo (veja a mentira que é escrever!), mas continuei ali. Minha vista foi cansando daquelas lâmpadas fluorescentes, daquele constante murmurinho entrecortado por sirenes, lamentações e suplícios. Percebi que, aos poucos, meus cabelos foram tornando-se raros e, quando conseguia sentir uma mosca incomodando, meus movimentos faziam saltar fios brancos da minha cabeça. Abandonei os sapatos visando descanso: enfraqueci, é claro. A calça, dobrada até os joelhos, mostrava uma perna de onde pendiam peles ressacadas, como um tecido amarrotado depois de um longo dia de trabalho. E o jornal em que li a morte de um motociclista depois de um acidente com um carro datava de dezesseis anos atrás. A redação da notícia, imprecisa pela sanha de veracidade, dizia que o motorista do auto havia "evadido do local sem prestar socorro". Dada minha condição, não vejo opções a não ser acatar -- hoje sou um indiferente espectro na sala de espera de uma delegacia qualquer.
quinta-feira, 9 de dezembro de 2010
A ânsia da idade

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010
"À queima roupa"
quarta-feira, 24 de novembro de 2010
"Qual é o limite entre a loucura e a lucidez?"
sábado, 30 de outubro de 2010
Verdadeiros sóis
Lembro-me
Lembro-me
da partida
sol a nos guiar
quinta-feira, 28 de outubro de 2010
Para sempre, amor!

HOJE
Na plenitude do amor,
Viverei cada minuto, cada instante perto de você!
HOJE
Como nunca,
Beijarei intensamente teus lábios, tão doces quanto favos de mel!
Com vigor,
HOJE, acariciarei tua pele veludosa
E direi, como se da última vez, o quanto lhe amo.
Ao teu lado, HOJE
Sentirei a paixão arder feito chama
Que nos aquece e protege da brisa fria ao entardecer.
E HOJE, ao Senhor
Pedirei em prece
Que da noite se suceda uma aurora reluzente
Para que assim
Eu possa, AMANHÃ
Estar novamente ao teu lado e ser eternamente feliz!
quarta-feira, 27 de outubro de 2010
Vê?

terça-feira, 26 de outubro de 2010
Quem dera
Quem dera...
A juventude não tivesse se esvaído.
Não tivesse escapado pelos vãos de seus dedos.
Quem dera não tivesse...
E quem dera?
Escorregando em seu peito
desembocar num mar de lembranças.
Desbotadas.
Quem dera fosse pecado.
Quem dera fosse crime.
Não seria assim tão prisioneiro.
Quem dera...
Pudesse ter minhas culpas.
Maldizer seu nome.
Mandingas.
Maledicencias.
Quem dera.
Quem dera o retrocesso
Quem dera a dor fosse finda.
Quem dera não hovesse fantasmas.
Quem dera o perdão.
Quem dera recolher as palavras.
Quem dera aguardar sua vinda.
Quem dera o fundo do poço não fosse eterna morada.
Quem dera.
Quem dera.
segunda-feira, 11 de outubro de 2010
A linguagem poética
Paul Celan
Roland Barthes
PROPOSTA
segunda-feira, 4 de outubro de 2010
É um alento
segunda-feira, 27 de setembro de 2010
Apropriar-se...Sempre!

" Não cheguei a conhecer meu pai como aparece nesta fotografia. Difícil imaginá-lo tão novo e tão magro. Mas no pouco que ele contava de suas aventuras antifranquistas e amorosas em Barcelona, era assim que o via. A versão que me lembro já percebi, difere um tanto da de minhas irmãs, não sei como será o pai delas, mas, o meu é esse um herói picaresco".
por Marinês;
Antonio Lacerda advogado, esposo de Luzia e pai de Ana Lúcia, Ana Beatriz e Ana Laura.
Fotos espalhadas pela casa.
Lembranças espalhadas nas memorias
No velório, lá estavam as quatro de luto.
Ana Lúcia e Ana Laura gêmeas de 18 anos abraçavam-se a mãe...e chorosas não a largavam em um sequer segundo.
Ana Beatriz já com seus quase 30 anos olhava para as coroas de flores e frases diferenciadas de amigos e parentes que diziam implicitamente a mesma coisa: "Força"
Que força essa o pai tinha?
Que imagem lhe ficava desse homem tão presente e ao mesmo tempo ausente demais?
pelas lágrimas e colo materno exigido pelas gêmeas...talvez, um herói pitoresco...
para ela ...quem sabe...um herói picaresco?
ausentou-se do caixão... enquanto uma lágrima salgada andava por sua face...
A única questão que fazia era de se apropriar de seus óculos escuros!
domingo, 26 de setembro de 2010
Que o saber seja adulto mas o brincar de criança

"A quem faz pão ou poema
só se muda o jeito à mão
e não o tema.
Atingira um silêncio tão de espanto
que era todo universo à sua volta
um seduzido canto.
E posto que viver me é excelente
cada vez gosto mais de menos gente.
Não sei quem manda na vida
mas a quem for eu me entrego
e o que queira me decida.
Pé firme leve dança
que o saber seja adulto
mas o brincar de criança."
sexta-feira, 24 de setembro de 2010
Eu acho!
Essa expressão é uma das poucas que eu evito usar. Evito pois abre parenteses para questionamentos, quantas vezes já ouvi "Você acha ou tem certeza?" Porém é uma expressão tão usada que escapa a qualquer momento, sem pensar muito, como simples complemento na frase. Eu prefiro "Penso que". Limita ao eu e mais ninguém.
Então me apropriei justamente do vídeo sugerido pela Su dia desses, Provocações do Antonio Abujamra com a Marcia Tiburi, quando ele discorre sobre seu temor por uma filósofa dizer "Eu Acho".
quinta-feira, 23 de setembro de 2010
Questão de sina
Lucienne e Raymonde, consideradas as gêmeas idênticas mais velhas do mundo pelo Luvro Guinness de Recordes, posam em Saint-Georges-de-Didonne, próximo à cidade francesa de Bordeaux. Nascidas em Paris, elas celebram 98 anos nesta quinta-feira (23). Viúvas, elas moram juntas desde que se aposentaram. Mais aqui
Minha apropriação meio sem vergonha hehehe
Imagem de Freyasson
Deu no jornal: são gêmeas idênticas.
Em uma, o reflexo da face da outra.
Dia e noite confrontadas com a própria imagem
O tempo todo, em toda parte, por pura sina.
Eu, surpresa, especulo...
Sobre notícia tão especular
Que sina a delas.
Vejo-me na face de
tantas outras...
Dia e noite confrontada com outros
pedaços inteiros de mim.
Inteiros, inteiramente diversos.
Por vezes, até adversos.
Será que, como Castor e Polux
Eu e meus eus , enlaçados por nós
Alternamos entre o Olimpo e o Hades?
Que sina a minha.
Entre a nossa e a delas
Qual a maior solidão?
Qual a mais sem companhia?
Isto nunca escrevem no jornal....
Imprensa inútil! Que sina a nossa.
quarta-feira, 15 de setembro de 2010
“O POETA SE APROPRIA”
quem: João Gostoso, carregador de feira-livre, residente no morro da Babilônia;
quinta-feira, 9 de setembro de 2010
Ressurreição (única poesia que fiz para alguém em toda minha vida)
Para os teus pecados
Para os teus agrados....
Que caibam em mim teus gestos, teu açoite, teus suspiros...
Que eu sobreviva aos meus soluços
E desvende enfim os teus segredos guardados.
E que te dê o meu descanso...
Pois se puder escolher... quero morrer cansada em ti.
(inverno de 2007, para W.M)
Um mimo pra todos.
quarta-feira, 8 de setembro de 2010
Sob a luz da Musa

E nem foi o Tempo:
Também não foi Ela:
Escrito de fato,
Mas sim a Miopia e seus planos convexos imensos.
terça-feira, 7 de setembro de 2010
Ferida
Santiago Ribeiro
segunda-feira, 30 de agosto de 2010
O MAR
sexta-feira, 27 de agosto de 2010
A Toda ela Quero Dizer
Me alucina
Sua voz, a se pude-se ouvir sua voz
Pela primeira vez, ouvir com gosto de ver
Emitindo, transmitindo, reluzindo
Sua imagem, sua luz,
sua voz
A se pudesse, iria ...
Corre pela minha alma, vontade
De ver te assim, te ver assim e assim te ver
Simples, leve e poética.
Porém, não vou
Não vou mais, não posso.
A duras penas.
O relógio bate, os ponteiros giram.
Você fica, distante.
domingo, 22 de agosto de 2010
O texto poético
Teresa
A primeira vez que vi Teresa
PROPOSTA
segunda-feira, 16 de agosto de 2010
Encontros...

Toca o celular!
Alô. Podemos sim, à noite? Combinado!
No escritório. A amiga ri e explana:
- "Eita Luis", vive nas nuvens, ultimamente!
Tenho demonstrado isso Ana?
Sim...não somente demonstrado, além disso, tem transmitido uma energia boa.
Sabe Ana: há coisas inexplicáveis que nos vem de surpresa. Veja você...que com quase 60 anos eu jamais imaginaria um encontro desses. E eis que ela surgiu.
Veio assim: devagarinho, com palavras doces, um sorriso belo, um olhar profundo, brilhante, suave, enfim...
Somente ao conhecê-la, entenderás!
Porém, se por ventura, exigir uma definição, posso apropriar-me de uma frase que diz muito:
" A poesia não se entrega a quem a define" - Mario Quintana
terça-feira, 10 de agosto de 2010
Uma ópera
Eu poderia tecer longos comentários sobre sua figura, a começar pelo seu porte perfeito, músculos definidos e belos, andar altivo, passos firmes sobre a rua pedregosa. Depois, lentamente, me deleitar observando a textura da sua pele, ou ainda rir das suas mãos soltas a tremer de frio, naquela tarde de julho. Poderia falar sem nenhuma dificuldade do seu olhar límpido e sereno a transmitir uma infinita ternura, e do perfume que exalava de seus cabelos caídos sobre os ombros.
Da sua alegria ao escutar as maritacas naquele fim de tarde, ou ainda do seu sorriso largo ao olhar no céu o barrilete, que o menino alegremente empinava. Essas e outras tantas coisas poderia eu falar, mas nenhuma palavra, nenhum verso, nenhuma poesia seriam suficientes para descrever tua figura infinitamente amada.
E se eu tivesse o dom da musica, tua figura serviria tão somente de ponto de partida. E se eu me dispusesse a cantar, tua figura seria uma ópera a preencher a minha vida.
sábado, 31 de julho de 2010
Libélula
sexta-feira, 30 de julho de 2010
E se me dispusesse ...
sexta-feira, 23 de julho de 2010
Quase exato!
Crio problemas.
Que são grandes problemões.
E pequenos problematicos
E minúsculos probleminhas
Crio problemas que são difíceis de serem resolvidos
E que são quase sempre resolvidos
E quase nunca solucionados
Eu crio quase problemas, quase soluções, quase respostas
Mas eu não crio o exato
Eu crio palavras que são opostas as exatas
E que são quase poesias
E quase contos
E quase romances
Eu crio na verdade, sim! Crio problemas!
Problemas entre as personagens que são quase conflitos
E os conflitos são quase intrigas
E as intrigas são quase desfechos
E os desfechos são quase
Quase incoerentes e quase coerentes
E esses problemas todos são quase poemas, ou quase contos, ou quase romances, ou quase....
Sem respostas...por que eu disse..que crio sim, somente:
Os problemas!!!
sexta-feira, 16 de julho de 2010
Sueli cria quase medos que são quase
quinta-feira, 15 de julho de 2010
quarta-feira, 14 de julho de 2010
Sueli cria quase borboletas que são
Num jogo de liberdade
Que são esse jogo de liberdade